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Atualizado: 19 de abr. de 2022



Risco iminente de Incêndios

No ano de 2019 foram registrados no Brasil 656 incêndios causados por sobrecargas ou curtos-circuitos nas instalações elétricas, cerca de 20% a mais em comparação com o ano anterior.

Este número vem crescendo, em média, 30% ao ano desde 2013.

Os locais mais atingidos por estas tragédias foram:

  1. Residências: com um total de 320 incêndios (48,8%), entre casas, apartamentos, sítios, fazendas, etc.

  2. Comércios: com 178 ocorrências (27,2%)

As instalações elétricas internas são as grandes vilãs pelo crescente número de incêndios no Brasil.

Principais motivos:

  1. Falta de cuidados, reparos ou reformas

  2. Gambiarras

  3. Uso excessivo de benjamins em uma única tomada

  4. Instalações subdimensionadas

  5. Falta de proteções adequadas

Por quê?

O número de incêndios reflete a defasagem das instalações elétricas nas edificações. Nos últimos anos, com o aumento da sensação de calor no verão e a necessidade de se climatizar os ambientes, equipamentos de ar condicionado/ventiladores tem sido instalados sem a devida adequação das instalações para a nova carga.

Além disso, outros equipamentos eletrodomésticos de consumo elétrica considerável têm sido acrescidos às instalações sem que estas mesmas adequações sejam realizadas, tais como fornos micro-ondas, fornos, fogões, panelas, sanduicheiras e fritadeiras elétricas, geladeiras, freezer, frigobar, TV, computadores, chuveiros, etc.

Esses eventos, na maioria das vezes, têm início pela sobrecarga em condutores que, ao terem ultrapassado seus limites de condução de corrente, aquecem e perdem a isolação, dado origem ao fogo.

 

Risco de choques elétricos fatais

Os ambientes familiares têm se mantido na liderança no número de mortes por choques elétricos.

Em 2019, ocorreram no Brasil 697 acidentes fatais, sendo 228 (32,7%) dentro de imóveis residenciais. Este número é superior à quantidade de acidentes fatais em redes de distribuição elétrica em média potência (total de 206).


Principais motivos:

  1. Falta de dispositivos de proteção (DR)

  2. Falta de condutor de proteção

  3. Falta de cuidados, reparos ou reformas

  4. Uso de componentes inadequados ou avariados


 

Então, o que fazer?

Contrate um Engenheiro Eletricista para projetar, inspecionar, orientar e certificar suas instalações elétricas. Chame a DZS Engenharia
 

Principais falhas encontradas:


1. Ausência de projetos

Uma das premissas básicas para se obter uma instalação elétrica segura é que seja realizado um projeto elétrico da construção, pois somente ele garantirá ao proprietário do imóvel que as exigências mínimas necessárias para a segurança elétrica de sua residência tenham sido contempladas, uma vez que o projeto elétrico é baseado na ABNT NBR 5410 - Norma Brasileira de Instalações Elétricas de Baixa Tensão.

Uma pesquisa realizada em 2015 revelou as seguintes informações:


Você tem o projeto elétrico de suas instalações? Qual profissional garante que seus circuitos estão corretamente dimensionados e protegidos?

2. Falta de componentes de segurança

  • DR - Dispositivo Diferencial Residual

    • Uma realidade constatada há 15 anos e que continua sendo evidente nas instalações elétricas antigas, é a falta dos principais componentes de segurança, dentre eles o DR – Dispositivo Diferencial Residual, que desde 1997 é obrigatório pela NBR 5410 - Norma Brasileira de Instalações Elétricas de Baixa Tensão, dispositivo que tem por objetivo evitar o choque elétrico.

  • DPS - Dispositivo Protetor contra Surtos

    • Um componente ainda desconhecido por grande parte da população, porém, muito importante para a proteção de equipamentos eletrônicos dentro de casa é o DPS – Dispositivo de Proteção contra Surtos. Praticamente obrigatório em todas as instalações elétricas pela NBR 5410 desde 2004.

  • Condutor de proteção - Fio Terra

    • Componente essencial e obrigatório por lei para proteção de choques elétricos devido à problemas de isolação e condutores e equipamentos (faltas), é negligenciado em muitas instalações por profissionais que buscam "economizar" nos custos de obras para aumentar seus lucros e lesam seus clientes.

3. Uso de benjamins, T's e extensões por falta de tomadas

Apesar de seu uso ser comum, bem como, o acesso para a compra ser fácil, utilizar benjamins ou T’s para ligar mais de um aparelho na mesma tomada exige cautela. Na maioria dos casos em que ocorre um incêndio originado por problemas de eletricidade, grande parte é devido ao uso excessivo desses componentes, principalmente quando são ligados diversos aparelhos de alta potência na mesma tomada elétrica. É o caso de ligar um forno de micro-ondas e uma geladeira na mesma tomada usando um benjamim. A probabilidade de acontecer uma sobrecarga nos componentes da instalação elétrica, com consequente evolução para um curto-circuito e incêndio é muito grande.

Quando os participantes da pesquisa foram questionados se gostariam de possuir mais tomadas em suas residências, 46% responderam que sim, deixando claro que há um déficit enorme em relação à quantidade de tomadas nas residências, e tal necessidade é apresentada em 41% dos imóveis construídos há 5 anos atrás como em 46% dos imóveis com mais de 20 anos de construção. Isso demonstra claramente que a evolução no uso de equipamentos eletroeletrônicos e eletrodomésticos foi muito rápida, não havendo uma readequação das instalações elétricas que acompanhasse tal crescimento no uso desses equipamentos


4. O risco em relação ao Chuveiro Elétrico

No início dos anos 1980 era muito comum encontrar nas residências brasileiras chuveiros elétricos com potência elétrica de, no máximo, 3.500 watts. Ao longo dos anos, a fim de proporcionarem uma melhor experiência no banho, novos modelos foram sendo lançados, sendo possível encontrar atualmente chuveiros elétricos que chegam até 7.500 watts de potência.

Se imaginarmos que a mesma fiação elétrica dos anos 1980 continua na residência, fica fácil entender que um chuveiro elétrico de 7.500 watts não pode simplesmente ser trocado e colocado no lugar daquele que tinha 3.500 watts, mantendo a mesma fiação.

Infelizmente, os números apontaram para um alarmante risco de curto-circuito: somente 40% dos entrevistados afirmaram ter reformado, alguma vez, a instalação elétrica do imóvel, sendo que metade desses imóveis tiveram todos os cômodos reformados.

Outro fator preocupante em relação a instalação dos chuveiros elétricos é o risco de choque elétrico, uma vez que a grande incidência de instalação do fio terra está somente nos imóveis com idade abaixo de 5 anos, onde 75% possuem o condutor instalado. Já no caso de imóveis com idade entre 6 – 10 anos, somente 52% apontaram ter o condutor de proteção, e nas residências com mais de 20 anos esse número cai para 32%. Também deve ser considerado o uso irregular do conjunto plugue / tomada para a ligação do chuveiro. Apesar de ser encontrado em somente 8% dos casos é um fator preocupante, pois este dispositivo pode originar incêndio. A sua proibição é dada pela norma NBR 5410/2004.

5. Condições dos Quadros de Distribuição

O quadro de distribuição elétrica é um item fundamental que ajuda a garantir que as instalações elétricas estão, de certa forma, em boas condições. Dados da pesquisa apontaram para um número bastante preocupante, em que somente 63% oferecia a proteção com contatos diretos. A falta dessa proteção coloca em risco qualquer pessoa que toque no quadro de distribuição, principalmente se a pessoa for leiga no assunto. Outro aspecto que ajuda na manutenção, ou até mesmo para a troca de lâmpadas, é a identificação dos componentes, principalmente disjuntores e o respectivos circuitos a que pertencem.

6. Índice de reformas das instalações elétricas

Seja em instalações elétricas mais novas, seja em instalações elétricas mais antigas, ainda há muito que caminhar em prol da mudança da cultura da manutenção preventiva das instalações elétricas. A partir do momento em que o brasileiro se conscientizar que, além de garantir segurança para sua família, reformar a instalação elétrica também é valorizar o patrimônio que possui.

Por outro lado, a necessidade por mais tomadas devido à grande quantidade de equipamentos eletroeletrônicos, bem como, eletrodomésticos, presente nos lares dos dias atuais, fez com que 67% (dos 40% que reformaram a instalação) aumentasse a quantidade de tomadas. Para os casos das reformas elétricas, o eletricista continua sendo o principal executor, responsável por 66% das reformas realizadas.


7. Percepção em Relação à Segurança Elétrica

Considera-se que uma pessoa que leva um choque elétrico a partir de 50 volts já pode sentir seus efeitos. A tomada de nossas residências tem no mínimo 110 volts. Mas, o que muitos não sabem é que o choque elétrico pode matar. 34% dos entrevistados disseram que não se sentem seguros em suas casas, sendo que 19% já levaram um choque elétrico. Isso demonstra que, mesmo levando choque elétrico e não se sentindo seguros, ainda assim as pessoas não realizam a adequação elétrica para evitar que tais situações aconteçam. Por outro lado, quando analisamos por idade do imóvel se alguém já levou choque elétrico, esse número altera bastante, principalmente nos imóveis com idade acima de 10 anos, em que 44,9% dos entrevistados afirmaram ter levado pelo menos um choque elétrico.

O gráfico a seguir apresenta uma média geral, em relação às pessoas que já levaram um choque elétrico:



Alguns aspectos levantados pela pesquisa que corroboram com a falta de conscientização da população quanto a segurança das instalações elétricas:

  • 60% dos imóveis nunca realizaram nenhum tipo de reforma elétrica;

  • A grande maioria das moradias brasileiras tem média de 20 anos de idade;

  • 65% dos imóveis não possui tomadas de 3 polos;

  • Metade dos quadros elétricos não possui identificação e nem identificação dos componentes quanto ao circuito;

  • Apenas 43% dos chuveiros elétricos estão ligados ao fio terra, ou seja, 57% descumprem a norma brasileira;

  • Mesmo com pouco mais da metade da amostra declarando que não precisa de mais tomadas, elas são um dos principais motivos da realização da reforma elétrica;

  • Também é expressivo o uso de benjamins e T’s, assim como extensões, onde em média são ligados 2 aparelhos juntos.

No entanto, é preciso destacar que, sob o ponto de vista legal, os eletricistas não são considerados habilitados para realizar projetos elétricos, esta atribuição é dos técnicos, tecnólogos e engenheiros.

Essa situação é independente do tipo e tamanho da edificação, sejam casas, apartamentos etc. Adicionalmente, realizar esforços para tornar os eletricistas melhor capacitados tecnicamente para a execução dos serviços, pode contribuir em muito para a melhoria da segurança das instalações elétricas no Brasil.

Na medida em que os consumidores recorrem a estes profissionais para realizar os serviços e eles não têm necessariamente a devida capacitação técnica para aplicar os requisitos das normas em vigor, a consequência imediata é uma baixa qualidade e segurança do resultado final das instalações para os seus usuários.



Fonte: ABRACOPEL (abracopel.org.br)

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